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Consumidores já pagam quase R$ 5,70 pela gasolina no ES

Postos de combustíveis já vendem o litro de gasolina por R$ 5,69 no Estado. Crédito: Vitor Jubini
Postos de combustíveis já vendem o litro de gasolina por R$ 5,69 no Estado. Crédito: Vitor Jubini

Encher o tanque de gasolina não está fácil. Na sexta-feira (19), a Petrobras aplicou um reajuste de 10,2% ao preço do produto nas refinarias. Esse foi o quarto aumento em 2021, e, em boa parte dos casos, já está sendo sentido nas bombas. Em média, o litro do combustível está sendo vendido a R$ 5,30 no Espírito Santo, segundo aponta o monitor da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).

Uma pesquisa realizada por A Gazeta, porém, identificou que o litro do combustível já era comercializado por até R$ 5,59 em postos da Grande Vitória na tarde desta segunda-feira (22). Já em outras cidades do interior do Estado, o valor chega a R$ 5,69 de acordo com a forma de pagamento. Para se ter uma ideia, o preço ficou acima do dólar, que fechou a segunda cotado a R$ 5,45.

A reportagem pesquisou o preço da gasolina em 24 postos de combustíveis do Estado (confira a lista abaixo). O litro mais barato foi encontrado em um posto localizado no Centro de Vila Velha, onde o combustível está sendo comercializado a R$ 4,98 à vista. No crédito, passava a R$ 5,25.

Já o valor mais elevado foi encontrado em dois estabelecimentos de Linhares, na região Norte, onde o litro do combustível é vendido a R$ 5,69 caso o consumidor opte por pagar com cartão de crédito. No débito ou no dinheiro, o litro sai a R$ 5,59.

Se considerarmos o preço médio da gasolina de R$ 5,30, como aponta o monitor da Sefaz, com R$ 100 é possível comprar 18,86 litros de gasolina.

O motivo central para as recentes altas é a valorização do barril de petróleo – matéria-prima para a fabricação do combustível -, que tem se mantido constante nas últimas semanas. Nesta segunda-feira (22), o produto, que em alguns meses de 2020 chegou a custar pouco mais US$ 20, já era comercializado a mais de US$ 64. O resultado é um reflexo do aumento da demanda por energia no mundo.

Somada a este aumento de demanda, há também a valorização do câmbio, refletindo não apenas o cenário global, mas também a desvalorização do real, em meio à elevação do risco-país. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana subiu mais uma vez e encerrou o dia cotada a R$ 5,45.

Vale destacar que, a partir de 2017, a política de preços da Petrobras passou a considerar justamente as flutuações do câmbio e do barril de petróleo, o que tem provocado constantes reajustes no preço médio dos combustíveis.

Segundo a Petrobras, “o alinhamento dos preços ao comércio internacional é fundamental para garantir que o segmento brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras. Este mesmo equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020”.

O economista José Marcio Soares de Barros destaca que “esse aumento nunca vem sozinho”. “Se essas altas se tornarem contínuas, acabam causando inflação, que afeta não apenas os combustíveis, mas produtos e serviços como um todo. Um cabelereiro, por exemplo, precisa se locomover. Se o gasto para a locomoção encarece, o serviço que ele presta também fica mais caro. E assim acontece com várias outras coisas”, observou.

Ele avalia ainda que os reajustes que entraram em vigor no final da última semana podem não ser os últimos, tendo em vista as perdas observadas pela Petrobras após a troca de comando da estatal.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou o general Joaquim Silva e Luna para comandar a companhia. A mudança desagradou o mercado e levou as ações da Petrobras a caíram mais de 20% em alguns momentos do dia. O resultado também provocou a queda da bolsa nesta segunda.

Fonte: Gazeta online

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