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NotíciasEsportesCom três meses de salário atrasado, Atlético Itapemirim dispensa todo o elenco

Com três meses de salário atrasado, Atlético Itapemirim dispensa todo o elenco

“Se arrependimento matasse, eu já estava morto. Não sei por que coloquei o pé neste clube. Esperaram por um dinheiro que não tinham. Futebol é coisa séria e eles estão brincando com pais de família que contam com este dinheiro”. A declaração dada pelo atacante Flávio Caça-Rato ao site Uol Esportes ilustra o sentimento dos jogadores que disputaram o Capixabão pelo Atlético Itapemirim e, hoje, estão desempregados e sem receber um mês sequer do trabalho.

Campeão do Capixabão e da Copa Espírito Santo há dois anos, em 2017, o Galo da Vila passou a viver uma grave crise financeira por não receber nenhuma parcela da verba de R$ 800 mil (quatro pagamentos de R$ 200 mil) paga pela Prefeitura de Itapemirim.

Jogadores do Atlético/ES não receberam nenhum mês de salário durante o Capixabão (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente do clube, Armando Zanata, explicou que o problema se deu por questões burocráticas e por problemas judiciais que o Atlético/ES acumula de gestões anteriores e que acabaram impactando o elenco que chegou às quartas de final do Capixabão deste ano — foi eliminado pelo Vitória.

“Durante o campeonato não saiu o pagamento autorizado pelo prefeito porque estava com a Certidão Federal vencida, porque gestões passadas fizeram acordo com a Receita Federal e não cumpriram. Então, isso estourou na minha mão e paguei do meu bolso, como um empréstimo, cerca de R$ 65 mil para regularizar e receber o repasse da Prefeitura. O prefeito mandou pagar na sexta-feira (06), mas veio um bloqueio de aproximadamente R$ 280 mil de cinco processos trabalhistas que o clube tinha. O dinheiro seria usado para pagar os jogadores e os funcionários”, explicou Zanata.

Incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários, a folha salarial do Atlético/ES no Capixabão girou em torno dos R$ 100 mil mensais. Mas nada desse valor foi pago durante os três meses. Zanata, inclusive, disse que hoje seria “leviano” cravar a participação do time na Copa Espírito Santo, no segundo semestre.

Em contato com a reportagem do Tribuna Online na noite desta quarta-feira (10), Caça-Rato amenizou o discurso, mas confirmou que todo o elenco segue sem receber pelo período na equipe. Ele disse ainda que não sabia que o Atlético/ES passava por essa situação ao assinar com o clube.

“Não sabia o que estava acontecendo aí. O presidente deixou bem claro quando eu cheguei que a prefeitura ia repassar um dinheiro e chegou no final (do estadual) e não repassaram esse dinheiro. Aí ficou uma bola de neve, terminou os três meses e nada do dinheiro. O presidente Zanata falou que a gente podia confiar nele, e até agora nada”, disse Caça-Rato, que já retornou à Recife (PE), onde mora com a família.

O atacante Arlindo Neto também lamentou a “situação bem chata” que viveu no Galo da Vila. O jogador disse que o elenco jamais imaginou que passaria por uma situação como essa e se mostrou magoado por questões particulares vividas nesses três meses.

“Quando saí de São Paulo, minha mulher estava grávida e eu deixei de ver o nascimento da minha filha para estar no clube. Fiz um dos maiores sacrifícios da minha vida para passar por isso agora, praticamente não valeu de nada. Tenho coisas para comprar para ela que não consigo porque o clube não me pagou. Quando eu estava no Atlético/ES, recebi uma proposta para jogar em Minas Gerais, falei com o presidente que abriria mão de um mês de salário a receber para ir pra cá e acabei não sendo liberado. Fiquei muito chateado, porque agora estou passando por essa situação”, desabafou.

Fonte: Tribuna Online

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