O comercial divulgado no sábado (7.mai.2022) pelo PT sobre a disputa eleitoral deste ano tem uma potente mensagem religiosa. Ao fundo, ouve-se a música que marcou gerações de cristãos ao longo de décadas no Brasil e no exterior, a Oração de São Francisco.
Primeiro, são só acordes. É uma música instrumental. No final, uma voz de mulher faz uma pergunta: “Que Brasil você quer? O do ódio?” [aí aparece uma mão fazendo o símbolo de ‘arminha’, típico da campanha de Jair Bolsonaro]. E completa: “Ou do amor?” [e uma outra mãozinha aparece fazendo o símbolo do ‘L’, de Lula]. No final do comercial, vem o tom religioso aberto, com a Oração de São Francisco musicada e um de seus versos mais conhecidos é cantado:
“Onde houver ódio que eu leve o amor”.
Vídeo de 1 minuto e 30 segundos tem a Oração de São Francisco como tema e faz apelo velado à religiosidade dos eleitores
Enquanto a música religiosa apela à fé dos eleitores, Lula é mostrado na tela com milhares de pessoas em volta. O petista, como um messias político, dá a mão e abençoa seus seguidores. O título do comercial, criado pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, é “Dois Lados”.
O resultado do vídeo plasticamente não é perfeito e alguns entusiastas de outras campanhas petistas podem até achar a peça chata e arrastada. Há imagens escolhidas aparentemente às pressas. No início, um prato de metal vazio representa a fome e a falta de empatia de Bolsonaro. Do outro lado da tela aparece em “close” um bife, arroz e feijão, mas não o prato. Essa falta de simetria imagética e esmero na finalização não era comum nas propagandas de Duda Mendonça (1944-2021), o gênio do marketing político brasileiro e que elegeu Lula em 2002.
São Francisco de Assis, que inspirou a oração com seu nome e agora usada pelo PT num comercial do partido
Com comercial político-religioso, PT e Lula voltam às origens
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