Nesta segunda-feira (7) tem início em todo o Brasil a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. Voltada ao público infantil e promovida pelo Ministério da Saúde em conjunto com as secretarias de saúde estaduais e municipais, a campanha acontecerá de forma seletiva, com o objetivo de vacinar crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade que ainda não foram imunizadas ou que estejam com o cartão de vacina incompleto.
A campanha vai até o dia 25 de outubro. No dia 19, um sábado, acontece o Dia D – dia de mobilização nacional. O Ministério da Saúde está enviando ao Estado 37.854 mil doses de tríplice viral para a campanha. Esta vacina, além de proteger contra o sarampo, também protege contra caxumba e rubéola. As vacinas, voltadas ao público-alvo, estarão disponíveis em 493 salas de vacinas de norte a sul do Espírito Santo.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Danielle Grillo, lembra que o sarampo é uma doença viral de elevada contagiosidade, e que a priorização deste grupo para a campanha se deve à elevada incidência do sarampo nesta faixa etária.
“A vacinação contra o sarampo é a única forma de impedir a cadeia de transmissão do vírus. A maior parte dos acometidos pelo sarampo são as crianças, faixa etária considerada mais vulnerável a casos graves e mortes porque o sistema imunológico da criança responde com menos intensidade ao vírus. Então há maior risco de complicações como pneumonia, infecções de ouvido, doenças neurológicas e morte”, alertou Danielle.
O sarampo é transmitido por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar e falar. Os principais sintomas são febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza, congestão nasal e mal-estar intenso. Após estes sintomas há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias.
A meta mínima preconizada pelo Ministério da Saúde a ser alcançada corresponde a 95% de cobertura vacinal, de forma homogênea, do público-alvo. De janeiro a setembro de 2019, o Espírito Santo apresentou como cobertura vacinal para Rotina D1 tríplice viral, 92,36%; Rotina D2 tríplice viral, 78,23%; e para intensificação Dose Zero tríplice viral (de seis a 11 meses de idade), 55,61%.
Dados Sarampo
A Sesa registrou este ano, até essa quinta-feira (03), um total de 225 notificações de casos suspeitos de sarampo no Espírito Santo. Desses, 171 casos foram descartados, dois foram confirmados e 52 seguem em investigação.
De acordo com o novo boletim epidemiológico da doença divulgado na tarde desta quinta-feira (03) pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 35.522 casos suspeitos de sarampo, destes 5.404 foram confirmados em 19 Estados: São Paulo (5.228), Rio de Janeiro (28), Minas Gerais (25), Pernambuco (24), Paraná (39), Santa Catarina (12), Rio Grande do Sul (9), Ceará (5), Paraíba (8), Goiás, (4), Maranhão (4), Rio Grande do Norte (4), Distrito Federal (3), Pará (3), Espírito Santo (2), Mato Grosso do Sul (2), Piauí (2), Bahia (1) e Sergipe (1).
Dose Zero: crianças de 6 meses a 11 meses de idade
Danielle Grillo explica também que, devido à situação emergencial do sarampo em todo o território brasileiro, as crianças na faixa etária de seis meses até 11 meses e 29 dias deverão receber uma dose de vacina tríplice viral, a chamada dose zero. Ela lembra que essa dose não é validada para a rotina, ou seja, os responsáveis precisam levar a criança, após completar 12 meses de idade, para tomar a vacina de rotina D1 tríplice viral. Já a D2 tríplice viral, é após os 15 meses.
“Os responsáveis precisam considerar um intervalo mínimo de 30 dias entre a dose zero e a primeira dose, que precisa ser dada a partir dos 12 meses de idade. E, a partir dos 15 meses de idade, voltar com a criança para a aplicação da segunda dose”, explicou Danielle.
Meningite C e HPV
Paralelo à Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, voltada ao público infantil, o Espírito Santo irá ofertar, durante o mesmo período, vacinas contra a Meningite C e HPV para crianças e adolescentes, visando aumentar a cobertura vacinal deste público alvo.
A meta mínima adequada, segundo o Ministério da Saude, é de 80% para cobertura vacinal de ambas as vacinas. No Estado, até setembro deste ano, Meningite C apresentou 43,84%. A HPV para meninos de 11 a 14 anos (D1) está em 54,25% e a D2 em 29,49%. Já para as meninas de 9 a 14 anos, a D1 está em 78,90% e a D2, em 51,72%.
A vacinação de reforço contra meningite C na adolescência visa garantir a proteção direta nessa fase da vida, além de diminuir estado de portador, uma vez que o público adolescente pode portar essa bactéria na garganta de forma assintomática e passar para outra pessoa através da fala, tosse, espirros e beijos. “Vacinando os adolescentes, podemos protege-los e diminuir portadores do meningococo C, ajudando a proteger outras pessoas”, informou Danielle Grillo.
Em relação à vacina de HPV, Grillo conta que ajuda na diminuição de incidência de cânceres em ambos os sexos. “Ajuda na redução de incidência do câncer do colo de útero e vulva, nas mulheres e prevenindo o câncer de pênis, nos homens, além dos cânceres de boca, ânus e verrugas genitais em ambos os sexos”, diz.
A vacinas contra a Meningite C estará disponível para meninos e meninas de 11 anos a menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) e a vacina HPV para meninos de 11 anos a menores de 15 anos e meninas de nove anos a menores de 15 anos. As vacinas estarão disponíveis em todas as salas de vacinação do Estado