Além dos animais que já ultrapassam 100 cabeças mortas, a produção de banana já caiu 50% e a produção de café já está comprometida para 2023. Fotos – Secretaria de Agricultura de Anchieta
Nos últimos 30 anos esta é a pior seca no estado Espírito Santo, e Anchieta já contabiliza a morte de mais 100 de animais. Somente um pecuarista já perdeu 18 cabeças de gado, a propriedade dele parece um deserto. O campo precisa de chuva, o homem tem de aprender a reflorestar, caso contrário, o problema só vai piorar daqui pra frente.
A Reportagem conversou neste sábado, 13, com o secretário de Agricultura Fabiano Mezadre que relatou o que a Prefeitura de Anchieta vem fazendo para diminuir os impactos da seca no socorro aos produtores. Tem trabalho todo dia e também nãos fins de semana.
“Na tarde de ontem fizemos um levantamento de números de animais mortos, 96 bovinos e 11 equinos, esse número com certeza é maior em 30%, pois alguns produtores dão o destino final sem procurar a secretaria. Os maquinários da Secretaria estão trabalhando até nos finais de semana para tentar capitar água onde ainda existe ainda para o gado. Os caminhões da secretaria também estão todos os dias buscando alimento com cana de açúcar, silagem de milho e até inhame, onde ainda conseguimos encontrar, pois já percebemos que também já está escasso, Linhares, Castelo, Santa Maria de Jetibá, Jerónimo Monteiro e Vargem Alta. A cana de açúcar de Presidente Kenedy, que parece nos dá uma tranquilidade em relação a quantidade ainda tem alimento para uns 60 dias”, afirmou Mezadre.
Fabiano Mezadre destacou que a Secretaria de Agricultura tem buscado conscientizar os agricultores de Anchieta para adotarem critérios de produção de água e alimentos para o rebanho e lavoura.
Oportunamente Fabiano ressaltou que é preciso atitude de todos para mudar o cenário, pois a cada ano passa a seca só aumenta, frisando que este de 2022 tem sido atípico. Em 2007, muitos animais morreram nas propriedades também e houveram muitas perdas no café e na banana, depois o campo ficou bem, mas se for analisado os dados dos últimos 32 anos pra cá, a cada ano que passa o volume de chuva vem só diminuindo. “Não adianta fazer ações para diminuir os impactos, se não fizermos uma prevenção. Existe muitos produtores que demoram a enxergar que somos nós os causadores disso tudo. A Secretaria de Agricultura juntamente com a de Meio Ambiente desde que estou à frente da pasta em 2021 estamos fazendo projetos de recuperação para ver se conseguimos devolver para a natureza o ar, a água, estamos nos empenhando no projeto de caixas secas, na doação de mudas para os produtores, seja da mata ciliar e da fruticultura, porque se ficarmos a cada ano esperando vai ficar muito pior. Temos de fazer algo para mudar esta realidade. Tem produtores que são parceiros, eles abrem as portas para ajudarmos, mas têm uns que ainda são não aprenderam que tem de fazer a sua parte para ajudar o meio ambiente. Há produtores que não têm uma árvore plantada na propriedade. A secretaria vem sendo parceira para aqueles que querem entrar com a gente para mudarmos o cenário”, disse.
Curso de alimentação bovina
A Secretaria de Agricultura realizou nessa semana em parceria com o SENAR um curso de alimentação bovina, onde o produtor aprende a produzir alimento no período das águas, armazenar e usá-lo no período de estiagem. “Começamos em 2021 um projeto de caixas secas e recuperação de nascentes. O de caixas secas já contemplamos 03 propriedades, até o final de 2024 esse número chega a 10, é uma ação importante, além de manter as estradas em boas condições, essas caixas devolvem para o solo as águas das chuvas. Recuperamos cinco nascentes na Comunidade de Olivânia, um projeto em parceria com a Escola Família Agrícola”.
Em parceria também com a Escola do Mepes em Olivânia mais de 20.000 mudas frutíferas foram distribuídas e também da floresta nativa.
Serviço não para
Anchieta o interior é grande e o trabalho é triplicado neste período para atender aos produtores rurais. Ora cavando bebedouro para armazenar água, ora transportando cana de açúcar de Presidente Kennedy para alimentar o gado, ora ministrando curso, capacitando, distribuindo mudas e outras ações. A secretaria também ajuda no processo de fazer a silagem dos alimentos. “Estamos fazendo o possível, mas o gado gasta muita energia caminhando atrás do alimento, o que acaba provocando uma perca nutricional grande e o gado acaba caindo e morrem”.
A preocupação do secretário também é com as lavouras. A produção de café já está comprometida para o ano que vem, a plantação ainda não conseguiu fazer sua primeira florada porque só flora se tiver humidade. E a banana já caiu a produção em mais de 50%. O campo precisa de chuva para abastecer a cidade.
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Fonte: Espírito Santo Notícias – Notícias de Presidente Kennedy -ES
