“Fiz o teste hoje e deu negativo. Lógico, estou curado. Obrigado por todo apoio recebido. Fez minha vida ter sentido”. Foi assim que o psicólogo Paulo Alberto Ferri, de 34 anos, anunciou, nesta segunda-feira (30), nas redes sociais que está curado. Ele foi o segundo caso confirmado de coronavírus em Linhares, Região Norte do Espírito Santo.
Foram 14 dias de isolamento social, além do acompanhamento médico para evitar que a doença se agravasse. Segundo o psicólogo, ele esteve no início de março no Rio de Janeiro e, quando retornou, já apresentou os sintomas da Covid-19.
Em entrevista à reportagem, o psicólogo contou detalhes de como foi o período de isolamento. O afastamento social é a principal orientação para evitar que o vírus se espalhe e contamine outras pessoas. Segundo ele, toda a rotina precisou ser modificada, mas os pacientes continuaram sendo atendidos e as reuniões com os amigos foram mantidas com a ajuda da tecnologia.
De acordo com o boletim da Prefeitura de Linhares, divulgado nesta segunda-feira (30), em todo o município, 4 casos foram confirmados e outros 95 são considerados suspeitos e estão sendo investigados pelas autoridades de Saúde. Além de Paulo, outros dois pacientes também já receberam alta e estão curados da Covid-19 no município.
Como foi receber o diagnóstico da Covid-19?
A recepção do diagnóstico é um momento dramático, ainda mais sendo o segundo caso do meu município. Recebi por telefone e logo notificaram meu caso no jornal. Como eu havia alertado os meus vizinhos que eu estava sob investigação, logo associaram a informação do jornal a mim, e recebi inúmeras mensagens imediatamente após a notícia na TV.
O que mais deixou você preocupado?
O que mais me preocupou foi a possibilidade de evoluir mal, os sintomas progredirem e eu ficar impossibilitado de ir ao hospital. Moro sozinho, fiquei com muito receio de passar muito mal.
Como foi esse período de isolamento e tratamento da doença?
Fiquei em isolamento os 14 dias indicados. Moro sozinho, tomei os remédios para os sintomas enquanto os sentia. Tentei me manter em atividade, li, vi filmes e séries, atendi meus pacientes via videochamadas e fiz videochamadas com meus amigos.
Qual foi a sensação ao receber a informação de que já estava curado?
Fiquei muito aliviado com o reteste que fizeram nesta segunda-feira (30). Saber que não ofereço mais risco de contaminar outras pessoas me deixa muito em paz. Minha maior preocupação é com os outros. Eu sentia que eu estava cada dia melhor.
Qual a importância de manter o isolamento social?
O isolamento é chato de se passar. Não foi nada bom ficar esse tempo todo sozinho. Mas só de ter a consciência limpa de que fiz tudo para proteger a comunidade, me mantendo em casa, deixa uma sensação de paz e dever cumprido. Acredito que o isolamento é a única possibilidade de tentarmos amenizar todos os danos que essa doença pode provocar.
O que espera a partir de agora?
Espero que isso tudo passe! Para que possamos voltar nossa vida normalmente. Me manterei em quarentena o máximo que eu puder, e torço que as pessoas façam o isolamento também.
Se pudesse dar um conselho para os capixabas, qual seria?
Meu conselho é o seguinte: mantenha-se em quarentena. Isso sinaliza a responsabilidade social que devemos ter. Temos que dar a devida importância para essa doença, mas que se desesperar também não ajuda em nada.
Fonte: agazeta.com.br