Brasil pode zerar emissões de gases até 2040, afirma cientista
O Brasil tem potencial para zerar suas emissões de gases de efeito estufa até 2040, conforme destacado pelo climatologista Carlos Nobre durante a palestra de abertura do segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. Em sua apresentação, Nobre compartilhou dados preliminares de um estudo em andamento, enfatizando que a transição para uma matriz energética 100% limpa, práticas agrícolas neutras em carbono e a restauração em larga escala dos biomas são fundamentais para que o país alcance essa meta.
O cientista expôs que o Brasil é capaz de remover até 600 milhões de toneladas de CO2 anualmente a partir de 2040, caso implemente as medidas necessárias. “O Brasil tem total potencial para ter 100% de energia limpa e renovável e, até 2040, com agricultura muito mais neutra em carbono”, afirmou Nobre. Apesar de melhorias recentes, ele ressaltou que o Brasil ainda é o quinto maior emissor de gases do efeito estufa, com 11 toneladas por pessoa ao ano, em comparação a outros grandes emissores como China, Índia e Estados Unidos.
Nobre alertou sobre as consequências severas da falta de ações mais efetivas contra as mudanças climáticas. O aumento da temperatura global pode levar ao desaparecimento de 99% das espécies, além de agravar problemas como o branqueamento de corais e o descongelamento de terras, que resultaria na liberação de grandes quantidades de metano e gás carbônico.
Em relação à Amazônia, Nobre destacou que a região enfrenta um risco cada vez maior de atingir um ponto de não retorno, com secas mais prolongadas e aumento significativo da mortalidade arbórea. Esta situação compromete a capacidade da floresta de capturar carbono, o que intensifica a urgência de medidas de conservação efetivas. A cada vez mais frequente presença de fenômenos como El Niño e o aquecimento do Atlântico também agravam a dinâmica de secas, impactando os “rios voadores”, essenciais para a climatização de diversas regiões do Brasil.
Carlos Nobre também mencionou que outras áreas, como o Cerrado e a Caatinga, estão se aproximando de pontos críticos de degradação, que podem amplificar onda de calor e riscos à saúde pública, além de contribuir para o surgimento de pandemias. Ele finalizou sua palestra enfatizando caminhos para a adaptação das cidades e a necessidade de construir um legado sustentável para as próximas gerações.
Brasil pode zerar emissões até 2040, diz Carlos Nobre
Fonte: Agencia Brasil.
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