A subnotificação de atropelamentos de animais em estradas e rodovias é um problema preocupante que foi discutido em uma reunião da Comissão de Proteção e Bem-Estar dos Animais da Assembleia Legislativa. A presidente do colegiado, deputada Janete de Sá, liderou o debate sobre a disparidade entre a quantidade real de atropelamentos e os números registrados no Espírito Santo, ressaltando a necessidade de educar a população sobre o tema.
De acordo com o superintendente executivo da Polícia Rodoviária Federal no Espírito Santo, Joceir Nunes, a maior incidência de atropelamentos de animais nas rodovias envolve animais domésticos de grande porte, como gado e cavalos. No entanto, ele destaca uma falha no sistema de registro da PRF, que só contabiliza os casos em que há vítimas humanas, dificultando a compreensão completa do problema.
Nunes ressalta que a PRF está ciente da importância do problema e busca soluções para melhorar a situação. Em relação à remoção dos animais atropelados, a instituição conta com parcerias com prefeituras e entidades ligadas à proteção animal e meio ambiente.
Um dos trechos apontados como de maior incidência de atropelamentos de animais é a BR-101, que corta a reserva biológica de Sooretama. Tomás de Lima Rocha, doutorando em Biologia Animal, destaca que o atropelamento de fauna é uma das principais causas de morte de vertebrados no mundo e que a concessionária Eco-101 não tem tomado medidas eficazes para mitigar as ocorrências.
Rocha critica a falta de transparência da Eco-101 em relação aos números de animais atropelados e alega que a empresa tem escondido os animais mortos da equipe de pesquisa da Ufes. O procurador da Ales, Eduardo Rocha, sugere a abertura de uma investigação junto ao Ministério Público para garantir a transparência dos dados.
Para enfrentar o problema, a deputada Janete de Sá destaca a importância da criação de um banco de dados interligado entre os agentes envolvidos para uma notificação compulsória dos casos de atropelamentos. Ela também ressalta a necessidade de cobrar informações claras da concessionária responsável pela via e de tomar medidas para garantir a segurança dos animais.
Na perspectiva da educação ambiental, Renata Bonfim, do Instituto Ambiental Reluz, destaca a importância de conscientizar os motoristas sobre os cuidados necessários ao cruzar estradas circundadas por animais. O projeto “Reluz na Estrada” busca sensibilizar a população e promover um trânsito mais seguro para humanos e animais.
Em resumo, a subnotificação de atropelamentos de animais em estradas e rodovias é um desafio que requer ações integradas entre instituições, concessionárias e a população para garantir a segurança e proteção dos animais. A transparência, a educação e a conscientização são fundamentais para mitigar as ocorrências e preservar a fauna local.
Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES
Atropelamentos de animais em estradas são subnotificados