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Após queda, ES precisa controlar vírus para garantir retomada da indústria

Após queda, ES precisa controlar vírus para garantir retomada da indústria
Após queda, ES precisa controlar vírus para garantir retomada da indústria

A queda de mais de 13% na produção industrial do Espírito Santo no primeiro trimestre de 2020, divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem raízes na abertura que o Estado tem ao mercado global, segundo especialistas. Se a produção mundial vai mal, a capixaba, menos diversificada que em outras unidades da federação, não tem muito para onde correr. Por outro lado, quando o mundo se recupera, também é esperado que o Estado acompanhe esse avanço.

Para que o Espírito Santo consiga, contudo, surfar nessa onda de retomada, é preciso que o vírus esteja controlado por aqui. Se o número de casos e de mortes por Covid-19 aumentar e for necessário fazer um bloqueio total (lockdown), podemos perder o momento do resto do mundo e atrasar ainda mais a recuperação, avalia economista.

“Tem que haver uma diretriz para que as indústrias saibam o que fazer para trabalhar com segurança. Não adianta abrir e os funcionários se contaminarem. Vai acabar tendo que fechar. Se a demanda mundial voltar e a gente não tiver conseguindo produzir, não vai adiantar nada”, avalia o economista e professor da Fucape Felipe Storch.

Nota técnica do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Findes, aponta que as medidas de isolamento social adotadas para enfrentamento da Covid-19 em março em todo o país impactaram a produção industrial “por reduzir ou até paralisar as atividades de cadeias produtivas e comprimir a demanda no mercado consumidor”.

“É importante notar que as indústrias exportadoras já vinham sentido os efeitos da pandemia devido à ocorrência desta, principalmente, nos países asiáticos e na Europa. Para abril, mês em que a situação da pandemia se tornou mais crítica e o isolamento foi prolongado em todo o país, o cenário esperado também, infelizmente, é de recuo. Nesse sentido, é preciso, urgentemente, pensar na retomada das atividades econômicas no estado que possam atenuar os efeitos desta crise de proporções inéditas”, avalia o economista-chefe da Findes e diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive.

BOA PERSPECTIVA FOI FRUSTRADA PELO VÍRUS

O economista Felipe Storch lembra que, após um ano de 2019 ruim para a indústria, causado pela queda nos preços dos produtos que o Estado mais exporta (minério, celulose e petróleo), havia uma boa perspectiva para este ano.

Essa expectativa foi frustrada pela chegada do novo coronavírus já nos primeiros meses do ano nos países da Ásia e da Europa, que provocou a paralisação do comércio e da indústria por lá.

“Vendemos para a indústria de eletrodomésticos, automóveis, etc. Essas foram paralisadas porque não são essenciais”, aponta Storch.

Estados que produzem insumos alimentares, como Mato Grosso e Goiás, por exemplo, foram os que tiveram menor redução na atividade industrial no primeiro trimestre, porque são setores considerados essenciais.

RETOMADA EM OUTROS PAÍSES PODE AJUDAR O ESPÍRITO SANTO

Atualmente, nos países que foram primeiramente atingidos pela pandemia, a produção industrial e o consumo têm ensaiado uma retomada, mesmo que ainda com algumas restrições.

“É natural esse movimento que aconteceu (de queda maior na indústria do Espírito Santo). Mas é natural também que a gente volte antes. Porque outros países vão se recuperar antes do Brasil. Temos que pensar se vamos conseguir produzir, se as indústrias vão poder funcionar a todo vapor ou não. A incerteza ainda é muito grande”, avalia o professor.

DIVERSIFICAÇÃO TAMBÉM DEVE ESTAR NA PAUTA DO GOVERNO

O professor indica que uma saída a longo prazo para essa dependência do mercado externo é a diversificação da indústria capixaba. Assim, se o mercado global for ruim, o mercado interno poderia compensar e vice-versa.

“É importante tentar diversificar e trazer novas empresas, mas isso depende de um bom ambiente de negócios não só no Estado, mas no Brasil. Se a gente traz indústrias que não sejam de commodities ou se bens primários, a gente consegue atender mercado interno e externo desde que seja feito um bom planejamento pelos empresários”, avalia.

Fonte: agazeta.com.br

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