O ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi xingado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite de 5ª feira (3.nov.2022) enquanto jantava com amigos em Porto Belo (SC).
Barroso foi vaiado durante cerca de 20 minutos antes de deixar o local. Também foi chamado de “ladrão”, “vagabundo” e “lixo”, entre outros xingamentos.
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O ministro deixou o restaurante, mas foi seguido até a residência em que estava. A PM (Polícia Militar) foi chamada para fazer a escolta do magistrado na madrugada desta 6ª feira (4.nov).
Em nota, o gabinete de Barroso afirmou que os manifestantes participavam de bloqueios a estradas em SC. Também diz que o protesto “ameaçava fugir ao controle” e que a segurança cogitou o uso de força policial para dispersar a aglomeração formada perto da residência em que estava o ministro.
De acordo com o texto, no entanto, Barroso não chegou a ver os manifestantes, só ouvir, e não houve proximidade, agressão física ou dano patrimonial ao restaurante e à residência.
“A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”, diz a nota do gabinete.
Barroso era presidente do TSE até agosto deste ano, quando o posto foi assumido por Alexandre de Moraes. No período em que chefiou a Corte, entrou em conflito com Bolsonaro em diversas situações. O presidente da República já chamou o magistrado de “filho da puta”, idiota e imbecil.
Eis a íntegra da nota do gabinete de Barroso:
“Nota do gabinete do Ministro Luís Roberto Barroso sobre protesto em Santa Catarina
“O ministro Luís Roberto Barroso estava em Porto Belo, Santa Catarina, na última quinta-feira (3) para compromisso pessoal. Quando jantava com amigos em um restaurante, pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora, e o ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local.
“Ao retornar para a casa onde estava hospedado, a equipe de segurança detectou que um grupo identificara o lugar onde ficaria o ministro e começou a convocar outras pessoas para o local, fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes.
“A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local.
“O ministro sequer chegou a ver os manifestantes e não houve proximidade física ou agressão. Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial nos locais, que seja de conhecimento do ministro.
“A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”.
Apoiadores de Bolsonaro xingam Barroso em SC e PM é acionada
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