O Dia Nacional de Anchieta, celebrado em 9 de junho, marca o falecimento de São José de Anchieta, uma figura fundamental na construção da identidade cultural e religiosa do Brasil durante o período colonial. Anchieta, conhecido por sua atuação nas missões de catequese entre os povos indígenas, deixou um legado que perdura até hoje, refletido em festividades e atividades cívico-religiosas em sua homenagem.
Neste ano, celebrações em Anchieta-ES reavivam a memória do fundador da cidade, promovendo uma reflexão sobre os processos históricos que moldaram a identidade local. O município, que abriga a antiga Missão de Nossa Senhora da Assunção, reconhece a importância da educação patrimonial na preservação da história e valorização da memória coletiva.
O falecimento de Anchieta, em 9 de junho de 1597, foi profundamente sentido pelos indígenas tupiniquins, que se referiam a ele como Abaréguaçu, significando "grande padre". Sua obra missionária não só introduziu a fé católica, mas também buscou estabelecer uma convivência mútua entre os jesuítas e os povos originários, conforme retratado pelo seu biógrafo, o Pe. Simão de Vasconcelos. No relato, a tristeza e a reverência demonstradas pelos indígenas na sua morte evidenciam o impacto positivo de sua missão.
A “Semana Anchietana”, realizada anualmente, busca reforçar a identidade histórica do povo anchietense, celebrando as tradições locais e o legado cultural deixado por Anchieta. O reconhecimento de sua vida e obra se tornou não apenas uma questão de fé, mas uma mobilização cívica que começou logo após sua morte, sendo homenageado em missões jesuíticas e celebrações significativas.
A figura de Anchieta superou diversas barreiras culturais e temporais, sendo canonizado pelo Papa Francisco em 2014 e declarado Co-padroeiro do Brasil pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O reconhecimento de sua influência é celebrado não apenas nas festividades religiosas, mas também na educação de novas gerações sobre a importância de sua história.
A cidade de Anchieta-ES preserva a memória desse legado através do Museu Padre José de Anchieta, que celebra seu sexagésimo aniversário em 2025. A continuidade das celebrações e o fortalecimento da educação patrimonial refletem o compromisso com a preservação da memória coletiva, destacando a importância do diálogo entre culturas, fé e educação.
Foto: Ivan Petri Florentino