Luís Castro formalizou sua saída do Botafogo na última sexta-feira (30). O treinador resolveu aceitar a proposta do futebol árabe e se despediu da Estrela Solitária — clube que o português deixa na liderança da Série A do Campeonato Brasileiro.
Quando a despedida entre as partes ainda não era uma certeza, na quinta-feira, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, disse entender a decisão do conterrâneo.
Antes, Abel fez questão de esclarecer o ocorrido na partida entre Verdão e Fogão, no último fim de semana. Assim que o árbitro Anderson Daronco apitou o final do confronto, o comandante alviverde abaixou a cabeça e foi direto para os vestiários. Luís Castro olhou para trás aguardando o cumprimento do amigo, que não aconteceu.
“Sempre que acaba o jogo, eu saio na direção do túnel — desde quando cheguei ao Palmeiras. Que isso fique claro. Para aqueles que fazem um jornalismo raso, eu faço sempre a mesma coisa. Para não ficarem dúvidas para ninguém, faço sempre isso. Cumprimento meu adversário às vezes no início, mas no fim, saio sempre. Não criem confusões onde não existem. Tenho grande admiração e respeito pelo Luís Castro, inclusive conversamos depois do jogo. Não criem polêmicas onde não existem”, deixou o recado.
Sobre a à ocasião hipotética saída de Castro, Abel afirmou, em entrevista coletiva após a vitória contra o Bolívar, que a volatilidade do futebol brasileiro o faz compreender a decisão do agora ex-treinador do Botafogo.
“Sou dono da minha alma e capitão do meu destino. Faço aquilo que quero, estou onde gosto. Sei o quão difícil é triunfar aqui — você perde dois jogos e todos questionam, perguntam se o treinador merece ficar ou não. Eu gosto de experiências, gosto de estar aqui, gosto do Palmeiras, adoro os funcionários. O clube inclusive fez um campo de padel, só para o treinador jogar quando está estressado e puder descansar. O Palmeiras é um oásis no deserto, pela forma como pensa, por como tem o projeto organizado, pessoas competentes em todas as direções, em todos os lugares”, exemplificou.
“São decisões que têm a ver com cada um. Sei que essa pergunta era direcionada para outros treinadores, que decidiram abandonar o Brasil. Mas vocês têm que se lembrar disso: quando o treinador está mal, vejo o que as torcidas fazem e o que os jornalistas fazem com estes treinadores. Portanto, quando o treinador está por cima e aparece uma coisa que eles gostam e querem ir, também tem o direito de dizer: ‘sei muito bem como funciona o Brasil, a imprensa, a torcida — e quando eu perder dois jogos, vão dizer que o treinador não cumprimenta o adversário’… vocês sabem, conhecem melhor do que ninguém. É normal que, pois, os treinadores, mesmo indo para um campeonato melhor, pior, diferente… mas que, quando tenham essas oportunidades, que digam que isto aqui (futebol brasileiro) tem duas caras”, completou, por fim, Abel.
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Fonte: Gazeta Press – Confira + Botafogo Carioca em Gazeta Esportiva.