O debate sobre a legalização de cassinos, bingos e do jogo do bicho no Brasil tem sido intenso no Senado. Recentemente, senadores que eram contrários ao projeto de lei que autoriza essas práticas mudaram de posição e agora defendem a votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo o senador Carlos Vianna, do Podemos-MG, há a convicção de que agora possuem os votos necessários para rejeitar o projeto na CCJ. No entanto, os senadores Eduardo Braga, do MDB-AM, e Rogério Carvalho, do PT-SE, solicitaram mais tempo para analisar as alterações propostas pelo relator, o senador Irajá, do PSD-TO. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre, decidiu adiar novamente a votação para a próxima quarta-feira (19).
O senador Irajá, em seu relatório, defende que os jogos de azar já são uma realidade no Brasil e que o projeto permite o controle do Estado sobre essas atividades, mitigando possíveis associações com o crime organizado. Ele destaca que a regulamentação do setor é importante, já que o mercado de jogos de azar pode movimentar bilhões de reais.
Por outro lado, o senador Carlos Vianna argumenta que a legalização dos cassinos pode levar famílias à ruína, através do vício em jogos de azar. Ele alega que a aprovação do jogo pode facilitar a lavagem de dinheiro, sonegação e endividamento da sociedade brasileira.
Apesar dos argumentos contrários, o relator do projeto ressalta que a legalização dos cassinos em resorts pode estimular o desenvolvimento regional, promovendo o turismo e investimentos na hotelaria. Ele também destaca a importância de tratar a ludopatia como problema de saúde pública e destinar parte da arrecadação dos jogos para mitigar essa questão.
A discussão sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil continua gerando divisões entre os parlamentares e organizações religiosas. A votação na CCJ promete ser decisiva e definirá o futuro das atividades de cassinos, bingos e jogo do bicho no país. A sociedade aguarda ansiosamente pelo desfecho dessa questão controversa.