A cirurgia para correção de fissura labiopalatina, uma malformação no lábio, boca e face dos seres humanos, é responsável pela melhora da qualidade de vida dos pacientes. No Espírito Santo, o tratamento é ofertado há quase três anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, onde 200 pacientes já foram acolhidos e realizaram o procedimento primário.
Desde o início do acompanhamento na unidade hospitalar, o usuário e seus familiares recebem todas as orientações e assistência necessárias, sendo acompanhados por diversos especialistas pediátricos que são responsáveis por estabelecer o plano terapêutico individualizado. Atualmente, o projeto conta com 13 profissionais de saúde entre enfermeiros, fonoaudiólogo, psicólogo, pediatra, ortodontista, assistente social, cirurgiões plásticos e cirurgiões dentistas.
A cirurgiã plástica e membro consultivo da Comissão de Prevenção e Tratamento de Lesões do HINSG, Rosalie Torrelio, explica que as primeiras cirurgias podem ser realizadas a partir dos quatro meses de vida. A médica também destaca a importância do acesso ao serviço por meio do SUS e a qualidade da equipe do hospital.
“É importante que o acompanhamento das crianças e adolescentes com fissura labiopalatina seja realizado de forma regular e bem próximo, em alguns casos até mesmo durante a gestação do feto. A oferta desse procedimento no Hospital Infantil de Vitória garante maior acessibilidade à população, evitando o deslocamento para outros estados e garantindo atendimento com maior qualidade e comodidade”, ressalta a especialista.
A cirurgia é realizada no HINSG em pacientes com até 17 anos e 11 meses de idade. Atualmente, a Secretaria da Saúde (Sesa) está estruturando a segunda fase do projeto na unidade, que vai contar com tratamento ambulatorial de ortodontia para todos os submetidos à cirurgia de fissuras labiopalatinas na unidade. O local visa ofertar também suporte de odontologia, otorrino, nutricionista, entre outras especialidades, permitindo que toda assistência seja centralizada no mesmo hospital.
“Esse é um trabalho essencial que devolve a função e a estética da área lesada pela deformidade, garantindo ao paciente uma melhor alimentação, respiração, desenvolvimento dentário, entre outros aspectos. A equipe do hospital é empenhada para garantir o melhor acolhimento e tratamento oportuno ao usuário do SUS capixaba. A oferta desse serviço possibilita o atendimento mais próximo, sem deslocamento para outros estados”, aponta o diretor do hospital, Clio Venturim.
Exemplo de força e superação
Entre as crianças que nasceram com fissura labiopalatina e foram assistidas no Hospital Infantil de Vitória está Maria Eduarda Ferreira Prates, de cinco anos. Residente no interior do município de Aracruz, ela realizou o procedimento no final do ano de 2022 e hoje tem uma qualidade de vida melhor.
Para a mãe da jovem, Ana Paula Ramos Prates, 35 anos, o atendimento humanizado contribuiu para a boa recuperação da filha após a cirurgia e garantiu maior tranquilidade para toda a família.
“Esse projeto ofertado por meio do SUS é fundamental e ajuda muitas crianças desde o início até o dia da alta final. A cirurgia melhorou muito a qualidade de vida da minha filha, principalmente na questão da alimentação e fala. Sou muito grata a Deus e aos profissionais de saúde do Hospital Infantil de Vitória que cuidaram dela com tanto carinho e amor”, relata Ana Paula Prates.
Como acessar o serviço
Para ter acesso à cirurgia de fissuras labiopalatinas pelo SUS capixaba, o responsável pelo paciente deve procurar os serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) mais próximo de sua residência para ser avaliado pelo médico. Após esse processo, e se necessário, o cidadão será encaminhado ao atendimento especializado.
Além disso, o HINSG conta com ambulatórios de acolhimento de novos casos que funcionam toda segunda-feira, das 8 às 17h.
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Danielly Schulthais
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Fonte: Governo ES