No início deste mês, em ações da Operação Nacional Átria, a Polícia Civil do Estado do Espírito Santo intensificou as ações referentes ao Projeto Homem que é Homem. No escopo da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), além da repressão aos crimes resultantes de violência familiar e doméstica contra mulher e crimes contra a dignidade sexual, encontra-se também o trabalho de prevenção.
De acordo com a titular da Div-Deam, delegada Cláudia Dematté, isso se traduz no projeto Homem que é Homem, desenvolvido pela seção de projetos educacionais, prevenção e estudo da violência, subordinada ao gabinete da Div-Deam, bem como por meio de palestras e ações de abordagem com a população para dialogar sobre a Lei Maria da Penha e o enfrentamento à violência contra a mulher, entre eles os Projeto Divisão Especializada de Atendimento à Mulher e DEAM”S Itinerante.
“A relevância do Projeto Homem que é Homem se encontra no fato de que é imperativo discutir com o homem autor de violência as questões que envolvem relacionamentos baseados na violência. Pois se trata de uma questão de necessidade social, uma vez que comportamentos machistas, sexistas e misóginos ainda integram as concepções de masculinidades. E precisamos desconstruir esses valores ainda existentes”, delegada Cláudia Dematté.
Entre os diversos objetivos do projeto Homem que é Homem destaca-se “Prevenir e reduzir a violência intrafamiliar e de gênero em congruência com a Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha)”. Além disso, tem como resultados esperados, entre outros, reduzir os casos de violência doméstica contra a mulher e prevenir as reincidências e as possíveis ocorrências.
Toda a sociedade, bem como, o sistema de justiça criminal, estão convencidos das vantagens em enfrentar a violência contra a mulher, também numa perspectiva preventiva, pois apenas a repressão a crimes com motivação de gênero – desacompanhada de ferramentas aptas a propor a desconstrução social de valores machistas e patriarcais – definitivamente não será capaz de frear a epidêmica violência contra a mulher na sociedade brasileira.
Nestes grupos reflexivos, homens autores de violência são levados a refletir sobre as relações de gênero, formas pacíficas de lidar com os conflitos, identificação e reflexão a respeito das violências vivenciadas nas suas relações, bem como, aspectos relativos à relação familiar, propondo a estes homens, nas dinâmicas propostas nos grupos, pensar o espaço subjetivo ocupado na família como um lugar democrático de convivência.
Lançado em 2015 e idealizado por psicólogas e assistentes sociais da Polícia Civil, o Projeto Homem que é Homem foi desenvolvido para contribuir para a redução do índice de reincidência de violência contra a mulher no Estado do Espírito Santo. A partir do ano de 2017 se iniciou um processo de expansão do Projeto Homem que é Homem para os municípios do Estado, por meio de Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Polícia Civil e as prefeituras dos municípios.
Foram realizadas as seguintes ações:
Dia 01/03/2023: Início de um ciclo do Projeto Homem que é Homem com 12 Homens Investigados por Crimes Resultantes de Violência e Familiar Contra a Mulher
Dia 02/03/2023: Realizada a Expansão do Projeto Homem que é Homem para o município de Venda Nova do Imigrante
Dia 03/03/2023: Realizada a capacitação dos técnicos de mais 05 (cinco) municípios do interior que estão em processo para a expansão do Projeto Homem que é Homem para essas cidades – Cachoeiro de Itapemirim, João Neiva, Pedro Canário, Muqui e Presente Kennedy
“A expansão do Projeto Homem que é Homem está alinhada com a proposta de trabalho do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, que foi pensado metodologicamente para atuar nos eixos de controle da criminalidade e da prevenção à violência, a partir da ampliação do acesso aos serviços básicos e promoção da cidadania em regiões caracterizadas por altos índices de vulnerabilidade social”, completou a delegada.
Fonte: Polícia Civil ES – Confira + em PC ES.