Fomentar o crescimento dos catadores organizados de materiais recicláveis do Estado. Essa é uma das conquistas que pode ser comemorada pela categoria, no Dia Nacional de Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis, que é lembrado nesta terça-feira (07).
Para o presidente da Rede de Economia Solidária dos Catadores Unidos do Espírito Santo (Reunes), que também está no comando da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (Amariv), Lúcio Heleno Barbosa dos Santos, o Dia Nacional de Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis é um marco para a classe trabalhadora, pois marca o momento em que os catadores do Brasil, decidiram e manifestaram que trabalhar de forma organizada e cooperada seria melhor para o crescimento da categoria.
“Desde o dia 07 de junho de 2001, data que a gente se organizou pela primeira vez, temos alcançado conquistas históricas para os catadores, em especial no Espírito Santo, onde a maioria está organizada em associações de catadores de materiais recicláveis. Com isso, temos redes atuantes desses catadores, com contratos com prefeituras, com termo de fomento com o Governo do Estado, como é o caso da Rede Norte e da Rede Serrana”, afirmou o presidente da Reunes.
Reciclando Ideias
Para marcar esse dia 07 de junho, neste sábado (11), será realizada uma feira da reciclagem, a Reciclando Ideias, no Parque Municipal Pedra da Cebola, em Vitória. No evento, o ator central será o catador de material reciclável, além de todos aqueles atores que têm na cadeia da reciclagem pessoas e projetos que estão desenvolvendo ações em prol da reciclagem.
Segundo a representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, no Espírito Santo, Maria do Carmo Cantilho Felipe, o Dia Nacional de Luta dos Catadores é muito importante para a categoria, pois mostra o quando conseguiram avançar, mas que ainda é preciso caminhar muito e vencer muitos desafios, principalmente, quando se trata da destinação do lixo no Estado.
“O Dia Nacional de Luta é muito importante para a categoria, pois foi a partir de 2001, que o dia de luta da categoria foi reconhecido, hoje o poder público já vê a gente com outros olhos, mas os desafios ainda são gigantescos. Hoje, somos gratos pelo apoio que recebemos, principalmente de órgãos como a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Estado (Aderes), além do Ministério Público, prefeituras, entre outros. Sem o apoio do poder público, a gente não consegue evoluir, mas ainda precisamos descartar nossos materiais de forma mais concreta”, alertou.
Outro ponto que merece atenção, segundo Maria do Carmo, são as associações de catadores. “Muitas associações precisam de mais atenção por parte das prefeituras. Falta equipamentos para os catadores trabalhar, um exemplo é a associação do município de Linhares, que precisa muito de apoio. Nosso objetivo é recolher nosso material e dessa forma cuidar do meio ambiente”, disse.
Segundo o diretor técnico da Aderes, Hugo Tofoli, Segundo Tofoli, a autarquia trabalha no fortalecimento dessa categoria. “Desde 2013, trabalhamos para estruturar esse setor econômico. Se antes existiam 15 associações concentradas na Grande Vitória, hoje temos 72 associações de catadores, distribuídas em 64 municípios do Estado. E temos a preocupação de garantir uma atividade com segurança para esses empreendedores”, pontuou o diretor técnico.
Saiba mais
No Espírito Santo são mais de mil catadores de materiais recicláveis, organizados em 72 associações. A categoria movimenta em torno de R$ 1,5 milhão na economia do Estado. Recolhendo, principalmente, papelão, mas também comercializam plásticos diversos, como garrafa pet. Já na linha de metais, ferro e alumínio, entre outros materiais. Por mês, são retirados do meio ambiente, somente no Estado, cerca de 1.500 toneladas de rejeitos.
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