O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 1,14% em setembro, 0,25 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de agosto (0,89%). Esse foi o maior IPCA-15 desde fevereiro de 2016 (1,42%) e o maior para um mês de setembro desde 1994. Já o IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi a 2,77%, enquanto, em igual período de 2020, a variação havia sido de 0,98%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 7,02% e, em 12 meses, de 10,05%, acima dos 9,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a taxa foi de 0,45%.
Período | TAXA |
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Setembro de 2021 | 1,14% |
Agosto de 2021 | 0,89% |
Setembro de 2020 | 0,45% |
Acumulado do ano | 7,02% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 10,05% |
Houve alta em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. O maior impacto (0,46 p.p.) e a maior variação (2,22%) vieram do grupo Transportes. A segunda maior contribuição veio de Alimentação e bebidas (1,27% e 0,27 p.p.), que subiu mais do que no mês anterior (1,02%). Na sequência, veio Habitação (1,55%), cujo resultado desacelerou em relação ao IPCA-15 de agosto (1,97%) e contribuiu com 0,25 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o -0,01% de Educação e o 1,23% de Artigos de residência.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
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(p.p.) | ||||||
Julho | Agosto | Setembro | Setembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,72 | 0,89 | 1,14 | 1,14 | 2,77 | 10,05 |
Alimentação e bebidas | 0,49 | 1,02 | 1,27 | 0,27 | 2,80 | 13,36 |
Habitação | 2,14 | 1,97 | 1,55 | 0,25 | 5,77 | 12,88 |
Artigos de residência | 0,81 | 1,05 | 1,23 | 0,05 | 3,12 | 13,18 |
Vestuário | 0,58 | 0,94 | 0,54 | 0,02 | 2,07 | 6,97 |
Transportes | 1,07 | 1,11 | 2,22 | 0,46 | 4,46 | 17,25 |
Saúde e cuidados pessoais | -0,24 | -0,29 | 0,33 | 0,04 | -0,20 | 3,76 |
Despesas pessoais | 0,36 | 0,68 | 0,48 | 0,05 | 1,53 | 3,36 |
Educação | 0,12 | 0,30 | -0,01 | 0,00 | 0,41 | 2,85 |
Comunicação | -0,04 | 0,19 | 0,02 | 0,00 | 0,17 | 0,98 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor |
O resultado do grupo Transportes (2,22%) foi influenciado pela alta dos combustíveis (3,00%), acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses. Esse subitem exerceu o maior impacto individual do mês no IPCA-15, o mesmo da energia elétrica: 0,17 ponto percentual. Os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%).
Os veículos próprios, que haviam subido 1,06% em agosto, registraram alta de 1,19% em setembro. Os automóveis novos (1,70%), os automóveis usados (1,34%) e as motocicletas (1,04%) permaneceram em alta e contribuíram conjuntamente com 0,08 p.p. no IPCA-15 de setembro. Ademais, alguns produtos e serviços relacionados a estes subitens tiveram comportamento semelhante, casos do seguro voluntário de veículo (3,08%), do óleo lubrificante (2,37%), do pneu (1,88%) e do conserto de automóvel (0,81%).
Ainda em Transportes, os preços das passagens aéreas subiram 28,76% em setembro, após a queda de 10,90% observada em agosto. No ônibus intermunicipal (0,40%), a variação positiva decorre especialmente das altas em Salvador (3,23%), onde houve reajuste de 10,67% nas tarifas de embarque no dia 28 de julho, e Fortaleza (2,15%), onde os preços das passagens foram reajustados entre 11,00% e 13,00% a partir de 3 de setembro. Outros destaques foram o aluguel de veículo (4,63%) e o transporte por aplicativo (4,00%), que já haviam subido no mês anterior (9,53% e 9,12%, respectivamente).
O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,27%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro. Os preços das carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 p.p. de impacto. Além disso, houve altas também nos preços da batata-inglesa (10,41%), do café moído (7,80%), do frango em pedaços (4,70%), das frutas (2,81%) e do leite longa vida (2,01%). Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).
A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de agosto (0,35%) para setembro (0,69%). No entanto, observaram-se movimentos distintos nos dois principais componentes desse subgrupo: enquanto a refeição subiu 1,31%, frente à alta de 0,10% no mês anterior, o lanche registrou recuo de 0,46%, após alta de 0,75% em agosto.
No grupo Habitação (1,55%), a maior contribuição (0,17 p.p.) veio mais uma vez da energia elétrica (3,61%), embora a variação tenha sido inferior à de agosto (5,00%). No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh. Além disso, houve reajuste de 8,92% nas tarifas em Belém (10,24%), vigente desde 7 de agosto.
Ainda em Habitação, destaca-se a redução na taxa de água e esgoto (-0,08%), consequência da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte (-9,47%), a partir de 1º de agosto. Por outro lado, houve reajustes de 11,93% em Recife (10,07%), a partir de 19 de agosto, e de 9,07% em uma das concessionárias de Porto Alegre (4,44%), vigente desde 14 de agosto. Por fim, houve alta no gás encanado (2,20%), decorrente dos reajustes de 5,71% no Rio de Janeiro (3,24%), aplicado a partir de 1º de agosto, e de 10,80% em Curitiba (10,80%), vigente desde 1º de agosto e apropriado integralmente no IPCA-15 de setembro.
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em setembro. O menor resultado ocorreu em Fortaleza (0,68%), influenciado pela queda nos preços do tomate (-14,35%), das carnes (-0,94%) e dos produtos farmacêuticos (-0,91%). Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), onde pesaram as altas da gasolina (5,90%) e da energia elétrica (4,92%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
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Julho | Agosto | Setembro | Trimestre | 12 meses | ||
Curitiba | 8,09 | 1,19 | 1,18 | 1,58 | 4,00 | 12,61 |
Brasília | 4,84 | 0,38 | 1,05 | 1,45 | 2,90 | 9,07 |
Belém | 4,46 | 0,76 | 0,85 | 1,33 | 2,97 | 10,90 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,84 | 1,01 | 1,32 | 3,20 | 11,37 |
São Paulo | 33,45 | 0,74 | 0,96 | 1,13 | 2,86 | 9,39 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,56 | 0,40 | 1,12 | 2,09 | 10,06 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,52 | 0,67 | 0,96 | 2,16 | 8,75 |
Recife | 4,71 | 0,86 | 0,76 | 0,95 | 2,59 | 10,37 |
Goiânia | 4,96 | 0,56 | 1,34 | 0,93 | 2,86 | 10,48 |
Salvador | 7,19 | 0,74 | 0,85 | 0,89 | 2,50 | 9,08 |
Fortaleza | 3,88 | 0,73 | 0,86 | 0,68 | 2,29 | 11,49 |
Brasil | 100,00 | 0,72 | 0,89 | 1,14 | 2,77 | 10,05 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de agosto e 14 de setembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 13 de agosto de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, diferindo apenas no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.