Setenta e cinco armas de fogo foram encontradas na residência de um ex-militar do Exército, de 77 anos, no bairro Independência, em Cachoeiro de Itapemirim.
Ele é investigado por manter sua mulher, de 57 anos, em cárcere privado e por posse ilegal das armas de fogo, que foram encontradas em um quarto cofre em sua residência.
Segundo as investigações preliminares, a Polícia Militar foi acionada, na manhã desse domingo, para uma ocorrência de cárcere privado na forma da Lei Maria da Penha.
Ao chegar ao local foi constatado que a vítima estava trancada dentro da residência e sem alimentação por cerca de 24 horas. Com a autorização da vítima e juntamente com o filho, foi necessário forçar o portão para entrar na residência.
Em contato com a vítima, ela informou aos militares que seu marido a ameaça de morte constantemente, o que causava temor.
Ainda segundo relato da vítima aos militares, o suspeito tinha saído de casa no dia anterior e a deixou trancada e sem alimentos na residência. Ela informou ainda que o suspeito já havia sido militar do Exército e é um colecionador de armas de fogo.
A vítima foi libertada e encaminhada ao plantão da 7ª Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim.
O suspeito não foi encontrado no momento do fato. Ao tomar conhecimento da ocorrência, o delegado Thyago Mello, que estava de plantão, solicitou junto ao Poder Judiciário o pedido de medidas protetivas de urgência em favor da vítima, bem como o mandado de busca e apreensão das armas de fogo.
Após o deferimento, o delegado enviou uma equipe da Polícia Civil (PCES) até a residência, no bairro Independência, para cumprimento do mandado de busca e apreensão.
No local, foram apreendidas 75 armas de fogo, sendo 40 armas curtas e 35 armas longas, como carabinas, fuzis, espingardas, pistolas e uma pistola-metralhadora UZI, utilizada pelas forças israelenses como uma arma de defesa pessoal, além de munições.
Todo o material foi apreendido dentro de um quarto cofre construído, segundo o suspeito, sob exigência do Exército.
De acordo com o delegado, o ex-militar alegou ser colecionador e que teria a documentação de todas as armas. No entanto, ele não as apresentou, razão pela qual foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e liberado mediante o pagamento de fiança.