A Polícia Civil (PCES) e a Prefeitura Municipal de Cariacica (PMC) deflagraram, nessa segunda-feira (17), a primeira fase Operação Metais Pesados, que tem como objetivo fiscalizar e investigar irregularidades no comércio de materiais recicláveis no município de Cariacica. As diligências foram realizadas por policiais do 17º Distrito Policial e pelas equipes de Fiscalização Integrada e Superintendência de Inteligência do município.
Sete estabelecimentos foram fiscalizados, sendo dois em Campo Grande e o restante em Jardim América, Maracanã, Santana, Porto de Santana e Rio Marinho. Desses, quatro apresentaram irregularidades com relação à origem dos materiais. Proprietários de dois ferros-velhos, de 33 e 53 anos, foram conduzidos à Delegacia e autuados em flagrante por receptação.
“Aproximadamente uma tonelada e meia de material sem comprovação de origem lícita foi apreendida e o valor ultrapassa meio milhão de reais. Dentre o material apreendido encontramos uma grande quantidade de fios de cobre e também trilhos de trem furtados de linhas férreas”, disse o titular do 17º Distrito Policial, delegado Henrique Vidigal.
O estabelecimento que pertence ao conduzido de 53 anos fica em Campo Grande, e acabou interditado pelas equipes municipais, pois estava funcionando de forma irregular. A Operação Metais Pesados foi deflagrada a partir de levantamentos realizados pela Prefeitura de Cariacica, que iniciou, em janeiro deste ano, uma fiscalização maciça de ferros-velhos e sucateiros no município.
O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, afirmou que, entre janeiro e maio, foram fiscalizados doze ferros-velhos, sendo oito pessoas conduzidas para a Delegacia e, dessas, cinco autuadas em flagrante pelo crime de receptação. Foram apreendidas cinco toneladas de materiais de origem não comprovada, incluindo fios elétricos, trilhos de trem e estruturas metálicas de pontes.
Ao cruzar as informações com a Polícia Civil, por meio do 17º Distrito Policial, foi possível constatar o aumento dos registros de furto de cabos de cobre de concessionárias de serviços públicos, de iluminação pública e, nos últimos meses, de cabos elétricos de residências.
“No início da nossa gestão criamos a Superintendência de Inteligência e, a partir dos levantamentos, constatamos que essa atividade já estava configurando uma organização criminosa, pois temos notícias de alguns ferros-velhos que estão se especializando e arregimentando moradores de rua, para que eles façam os furtos e roubos à noite e já deixam os produtos em locais pré-definidos. O prejuízo que eles causam à sociedade e ao poder público é muito grande”, afirmou o prefeito.
O delegado Henrique Vidigal esclareceu que, além do crime de receptação, esses comerciantes também podem responder por sonegação fiscal, uma vez que a aquisição e a venda dos produtos não são devidamente registradas na movimentação financeira das empresas. A investigação segue em andamento e outras fases da Operação Metais pesados estão previstas.
“O furto desse material só ocorre em razão da existência de algumas empresas do ramo de reciclagem que insistem em obter lucros, adquirindo material produto de crime, à míngua dos gastos públicos e particulares que são realizados para a reparação e reposição desse material furtado. Tais empresas são as verdadeiras fomentadoras dos constantes furtos ocorridos e responsáveis diretas por prejudicar a população”, afirmou o delegado.
Texto: Camila Ferreira
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Fonte: Polícia Civil ES – Confira + em PC ES.
