Durante o seu discurso na 12ª Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (17) que o Brasil vai revelar os nomes dos países que importam madeira extraída de forma ilegal da Amazônia brasileira.
Segundo o chefe do Executivo, a Polícia Federal (PF) desenvolveu um método para rastrear a origem de madeiras apreendidas e exportadas usando isótopos estáveis, uma espécie de DNA, que mostra a origem geográfica de produtos.
“Estaremos revelando, nos próximos dias, os países que têm importado madeira extraída de forma ilegal da Amazônia. E alguns desses países são os mais severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica. Creio que depois dessa manifestação, que interessa a todos, por que não dizer, no mundo, essa prática diminuirá e muito nessa região”, declarou.
A cúpula do Brics, que ocorreu de forma virtual, marca o fim da presidência pro tempore da Rússia à frente do bloco, ao longo do último ano. Em 2021, o grupo de países será presidido pela Índia.
O presidente da República defendeu ainda a reforma de organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este último composto por cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e por dez membros não-permanentes, eleitos para mandatos de dois anos.
O mandatário criticou a “politização do vírus e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS” e disse que a pandemia mostrou a “centralidade das nações para a solução dos problemas que acometem o mundo”.
“Temos que reconhecer a realidade de que não foram os organismos internacionais que superaram os desafios, mas sim a coordenação entre nossos países”, frisou, destacando a necessidade de um sistema internacional pautado pela liberdade, transparência e segurança, com a defesa da democracia e da soberania dos países.
Redução de subsídios
Para Bolsonaro, uma comunidade internacional “verdadeiramente integral e ativa” só será possível com essas reformas. Ele defendeu, também, que os países do Brics coordenem o apoio à redução de subsídios para bens agrícolas por parte da OMC e o acesso permanente de Brasil, Índia e África do Sul ao Conselho de Segurança. “Com esse importante passo, tenho certeza que a cooperação no Brics sairá ainda mais fortalecida”.
Com informações, Agência Brasil.