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Grupo do Capitão Assumção faz outdoor com Bolsonaro em defesa da cloroquina e podem ser processados

Um outdoor com uma mensagem de defesa ao uso da cloroquina para combater a Covid-19 foi inaugurado na quarta-feira (5), na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, contendo uma imagem do presidente Jair Bolsonaro como “garoto-propaganda”.A peça, que tem nove metros de largura por três metros de altura, traz a foto do chefe do Executivo ao lado da imagem de uma caixa de sulfato de hidroxicloroquina e anuncia que o “tratamento precoce salva vidas”. O item ainda tem a tag #fechadocomBolsonaro na parte de baixo.

O outdoor foi instalado em uma movimentada avenida no bairro Jardim Camburi, o mais populoso da capital do Espírito Santo. O lançamento da peça foi transmitido ao vivo pelo Facebook e teve a presença de cerca de 20 apoiadores do presidente.

A convocação para o lançamento foi feita pelo deputado estadual Capitão Assunção (Patriota) nas redes sociais. Em um vídeo, o parlamentar afirma que a propaganda foi uma homenagem a Bolsonaro, citando que desde março o presidente defende o uso da cloroquina, e que foi financiado por “patriotas”.

Já o advogado André Moreira enviou denúncia, nesta quarta-feira (5), pedindo que seja aberto processo contra os responsáveis pelo outdoor em que se observa a imagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) junto aos dizeres “Covid-19: tratamento precoce salva vidas”, seguido da hashtag#fechadocombolsonaro.

O anúncio é mais um dos tantos que os grupos bolsonaristas vêm espalhando por Vitória para defender o presidente, mas apresenta um brecha jurídica passível de processo: faz propaganda ilegal de medicamento, infringindo uma série de leis. A notícia foi enviada para o Ministério Público e a Defensoria Pública nos âmbitos estadual e federal, e para a Vigilância Sanitária Estadual.

A notícia de crime aponta que o anúncio infringe leis que proíbem a prática de propaganda de medicamentos que utilize informações não passíveis de comprovação científica, mencionando o informe número 16 da Sociedade Brasileira de Infectologia, de 17 de julho, que aponta a ineficácia do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus.

Ainda se registra a infração de divulgar o medicamento sem a advertência de que, ao persistir os sintomas, o médico deve ser consultado.

Entre as penas passíveis de ser aplicadas, estão a suspensão da veiculação do anúncio, a obrigação de publicação de uma retificação, multa e ainda pena de seis meses a dois anos de prisão.

“Eles querem dar a impressão de que Bolsonaro tem apoio. Isso é desespero, pois todo mundo sabe que ele está perdendo o apoio de forma grave”, diz André Moreira sobre a série de anúncios que vem sendo feita por grupos apoiadores do presidente na região metropolitana e também no interior. “Agora estão trabalhando com fake news fora da rede, por meio dos outdoors”.

FONTE: seculodiario.com.br | pleno.news

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