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Governo do ES deve ir ao STF se Bolsonaro proibir isolamento

Governo do ES deve ir ao STF se Bolsonaro proibir isolamento
Governo do ES deve ir ao STF se Bolsonaro proibir isolamento

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarar no domingo (29) que pode publicar um decreto suspendendo as medidas de isolamento social implementadas por Estados e municípios, o governo do Espírito Santo reagiu e disse que, se isso acontecer, deverá ir à Justiça para barrar a medida. A informação é do procurador-geral do Estado, Rodrigo de Paula.

Crítico da quarentena como forma de evitar a propagação da Covid-19, Bolsonaro tem vivido um embate com governadores e até com seu próprio ministro da Saúde por isso. Na semana passada, uma decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello garantiu que governos estaduais e municipais adotem medidas de isolamento e restrição de circulação sem invadir a competência do governo federal.

A avaliação do procurador-geral do Estado é que, se houver alguma ação do presidente nesse sentido, haveria um descumprimento de decisão judicial e, com isso, o governo do Espírito Santo teria “todas as condições de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF)”.

Mais cedo, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, já havia afirmado que, nesse caso, o governo estadual poderia ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF para garantir que as iniciativas adotadas aqui continuem valendo.

Além da decisão do ministro Marco Aurélio, o procurador Rodrigo de Paula pontuou outro aspecto que pode favorecer o Espírito Santo, Estado que acabou de registrar seus primeiros casos de transmissão comunitária do novo coronavírus:

“Do ponto de vista técnico, o Ministério da Saúde autorizou que Estados e municípios pudessem adotar as medidas de isolamento que vieram sendo adotadas”, afirmou o procurador, que continuou:

“Em matéria de saúde pública, os Estados têm autonomia nos seus territórios. Até porque a doença tem se manifestado de maneira diferente em cada local. Esse foi o entendimento do ministro Marco Aurélio e, se vier algum ato do governo para retirar essas medidas, teremos fundamentos para acionar o STF”

O chefe da Procuradoria-Geral do Estado disse ainda que acredita que uma medida dessas não pararia em pé, até porque outros Estados também iriam recorrer à Justiça. “Não ficaria de pé justamente porque o STF já sinalizou que a União não pode impedir Estados e municípios de adotarem medidas de saúde pública. A União pode cuidar das normas gerais, mas os Estados e municípios podem complementá-las”.

Fonte: agazeta.com.br

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