
Hoje pela manhã Jair Bolsonaro declarou que não mexerá no Ministério da Justiça de Sérgio Moro. Ontem em uma reunião transmitida ao vivo, sem a presença de Sérgio Moro, Bolsonaro disse que avaliaria uma solicitação de secretários de segurança estaduais que desejavam a desmembração do Ministério da Justiça com a de Segurança Pública.
A reação foi rápida e conversas de bastidores davam conta de que Moro poderia entregar o cargo ao presidente, caso a ideia de desmembramento fosse adiante.
Veja o que disse o presidente ao UOL
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje, ao chegar em Nova Délhi (Índia), que a chance de recriar o ministério da Segurança Pública, no momento, é zero. Porém, Bolsonaro fez a ressalva que em política tudo pode mudar.
“A chance no momento é zero, não sei amanhã, política tudo muda. Não há essa intenção de dividir’, disse o presidente.
A possibilidade de dividir o atual ministério da Justiça e Segurança Pública entrou em debate nesta semana como uma demanda apresentada durante reunião entre Bolsonaro e secretários de segurança dos estados.
“Chance de mudança no Ministério no momento é zero”
A medida, se concretizada por Bolsonaro, teria como consequência a diminuição dos poderes do atual ministro da pasta, Sergio Moro.
Moro foi convidado por Bolsonaro ainda no período eleitoral de 2018. A ideia era assumir um ministério com dupla atribuição, o da Justiça e Segurança Pública. Foi nessas condições que o ex-juiz da Lava Jato topou renunciar à magistratura e migrar para o Executivo.
Moro afirmou em várias ocasiões que esperava ter autonomia não só para implementar políticas de combate à corrupção, marca da Lava Jato, mas que também gostaria de atuar na redução da criminalidade e ações de inteligência policial.
Até o fim do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), não havia fusão entre as pastas. Ou seja, eram dois ministérios diferentes.
Ontem, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, saiu em defesa de Bolsonaro.
“A proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública não é do presidente Jair Bolsonaro, e sim da maioria dos secretários de Segurança estaduais, que estiveram em Brasília nesse 22 de janeiro”, escreveu Heleno no Twitter. “Em nenhum momento o presidente disse apoiar tal iniciativa.”