A cidade de Guaçuí tem vivido dias tristes após o acidente com um veículo da Apae que matou duas pessoas e deixou outras 10 feridas. Diante da dor e da tristeza, durante o atendimento médico, na Santa Casa de Misericórdia, o que prevaleceu foi a solidariedade e a união dos profissionais de saúde em torno de um único objetivo: salvar vidas. Três alunos da instituição permanecem internados.
Foram muitos atendimentos, com gravidade e ao mesmo tempo, o que demandou trabalho dos funcionários, além dos que estavam de plantão. Porém, isso não foi problema. Profissionais que estavam de folga, férias, licença maternidade, atendendo em seus consultórios ou em outros setores da Santa Casa se deslocaram ao pronto socorro para auxiliar no atendimento às pessoas feridas.
O anestesiologista Alberico José Binicá, estava realizando um procedimento cirúrgico no momento que foi chamado ao pronto socorro. “Finalizei a cirurgia e desci, junto com um colega para ajudar. Só de médicos contei oito ou 10, fora os profissionais da enfermagem que estavam trabalhando no hospital, e os que vieram de seus consultórios ou de casa. Ao mesmo tempo que foi um momento triste, foi também emocionante, pois as pessoas se solidarizam com a situação”, contou.
Ainda segundo Alberico, o senso de humanidade tomou conta de todos os profissionais que estavam lidando com a situação. “Nesse momento que a gente percebe que o lado humano das pessoas fala mais alto. Seja médico, seja paramédico, seja atendente da recepção do hospital, motorista de ambulância. Todos se engajaram naquele atendimento, e dentro dessa perspectiva o resultado desse trabalho foi o melhor possível. Não faltou pessoas para poder ajudar”, disse o médico. Ele salientou que “a solidariedade foi muito bonita. As pessoas se prontificaram a ajudar de graça”.
A coordenadora de Enfermagem da Santa Casa e do Pronto Socorro, Vivian de Rezende Paula, disse que esse episódio foi inédito na região. “Em oito anos que trabalho no Pronto Socorro, foi o caso de maior gravidade com atendimento a várias pessoas ao mesmo tempo. Tivemos que entubar cinco pessoas ao mesmo tempo. Um caso desse com tantos pacientes graves ao mesmo tempo eu não lembro e nem ouvi falar de ter acontecido aqui na nossa região”, revelou Vivian.
O trabalho conjunto entre os profissionais possibilitou atender e fazer as transferências necessárias. “Todos vieram na hora, inclusive enfermeiros que estavam de férias, médicos de licença maternidade, e quem estava de folga. Eles ajudaram no atendimento e na liberação das vagas para transferência. Enquanto um médico fazia o atendimento o outro estava no telefone tentando liberação da vaga”, acrescentou.
Vivian salientou que além dos profissionais o que possibilitou o atendimento adequado foram os novos equipamentos de emergência que a Santa Casa de Guaçuí adquiriu nos últimos dois anos. “Os médicos conseguiram atender pois tinham o contingente de pessoas para ajudar, mas também os equipamentos necessários. Conseguimos realizar o atendimento de forma completa. Foi um trabalho muito complexo, mas muito bem-sucedido”.
A ação contou com médicos de várias especialidades como cirurgiões, ortopedista, cardiologista e pediatras. Só da pediatria, foram três médicos especialistas atendendo as crianças. “A solidariedade de todos que se dispuseram a ajudar, que não mediram esforços, junto com a condição da Santa Casa e do Pronto Socorro de atender com novos equipamentos, possibilitou um atendimento completo”, pontou a Coordenadora de Enfermagem.
Fonte: Aqui Notícias