Com as aulas presenciais suspensas no Espírito Santo desde o dia 17 de março, em virtude da pandemia, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) lançou, cerca de um mês depois, o programa EscoLAR, que permite que os alunos da rede estadual de ensino estudem e realizem atividades pedagógicas pela televisão, internet e outros meios.
Entretanto, dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que, em agosto, 29.384 estudantes das escolas estaduais não tiveram acesso aos conteúdos do programa disponibilizado pelo governo. Atualmente, a rede estadual possui 238.656 alunos matriculados em todos os níveis, desde o ensino fundamental até a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, não soube explicar se os estudantes que não assistiram aos conteúdos tiveram alguma dificuldade com as plataformas oferecidas ou simplesmente desistiram de estudar. O secretário acredita que a falta do transporte escolar tenha contribuído para esse fato.
“Estamos em vias de concluir a tabulação de uma pesquisa que fizemos com as escolas e a superintendência. Pode ser que esses alunos tenham dificuldades por causa do transporte escolar, que foi interrompido, de ir até a escola buscar as atividades impressas. Estou pensando isso porque aqueles que não têm tecnologia dependem mais das soluções sem a mediação de tecnologia, portanto atividades impressas. Só que eles precisam ir à escola fazer isso. Se essa for uma razão, a gente pode estudar formas de usar o transporte escolar, por exemplo, não para transportar aluno, mas para transportar atividades pedagógicas”, ressaltou.
Já entre os alunos que tiveram acesso ao programa, cerca de 30% não entregaram nenhuma das atividades enviadas pelos professores. “Estamos tabulando dados para compreender exatamente qual é o nosso diagnóstico a respeito desses grupos e, então, com nossa equipe, definir o que é possível fazer, dentro das competências da secretaria, para a gente ampliar tanto o alcance quanto o percentual de devolutivas”, afirmou Vitor de Angelo.
Os dados indicam ainda que, em julho, pouco menos da metade dos alunos da rede estadual — 117.750 estudantes — assistiram às aulas pelo aplicativo EscoLAR; 81.105 pelo YouTube; 23.275 pela TV aberta; e 58.619 por outros meios online, como WhatsApp e redes sociais. Outros 45.363 estudantes tiveram acesso ao conteúdo impresso. Alguns alunos estudaram com a ajuda de mais de uma ferramenta disponibilizada pelo governo do Estado.
FONTE: folhavitoria.com.br